Díli – O Tribunal Distrital de Díli decidiu dar cinco anos de prisão a Lúcia Lobato, por envolvimento em casos de corrupção.
A decisão foi tomada em julgamento esta sexta-feira, 8 de Maio. Lúcia Lobato foi acusada de envolvimento na falsificação de documentos e abuso de poder em relação a actividades na empresa do seu marido.
O último julgamento foi conduzido pelos juízes Edite Palmira, Paulo Teixeira e José Araújo.
Os promotores Angelina Saldanha, José Ximenes (internacional) e Felismino Cardoso também participaram no julgamento.
Lúcia Lobato foi acompanhada pelo seu advogado, Sergio Hornai, por Eduardo Ximenes Xavier e Fernando Carvalho.
O tribunal também decretou o pagamento de 4 mil dólares. Depois da resolução, Lúcia Lobato disse que aceitou a decisão do tribunal em atribuir-lhe cinco anos de prisão e disse estar pronta para ir para a cadeia.
«Eu não tenho provas sobre a acusação do tribunal, apenas as testemunhas oculares. E melhor aceitar a sentença de cinco anos de prisão», referiu.
«O tribunal pensa que é melhor todos nós aceitarmos a sua decisão. Eu devo ir para a prisão», disse ela.
O Primeiro-ministro Xanana Gusmão não comentou sobre a resolução do tribunal, uma vez que está nos distritos a fazer campanha para as Eleições Parlamentares de Julho.
Lúcia Lobato é um dos membros do Parlamento Nacional que se candidataram às eleições deste ano eleitoral do Partido Social Democrata.
Com a decisão do tribunal, o seu nome deverá ser removido. O Primeiro-ministro apontou o seu nome para o Mistério da Justiça, em 2007, dado que o Partido Social Democrata estava envolvido na criação do Governo.
O PSD também não se pronunciou ainda mas, antes da decisão, disse que o julgamento foi muito importante para saber a verdade.
A decisão do tribunal sobre o caso de Lúcia Lobato consiste na primeira vez, desde a independência, que um membro do Governo foi considerado culpado pelo tribunal.
O caso foi apresentado pelo escritório do Ministério Público, liderado pela Procuradora-Geral Ana Pessoa.
O Vice-Primeiro-Ministro José Luís Guterres e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Zacarias Albano da Costa, também foram a tribunal, em 2011, por acusações de corrupção, mas o tribunal declarou que estavam inocentes.
O Primeiro-Ministro Xanana Gusmão declarou que a sua ministra das Finanças, Emília Pires, também será chamada a tribunal em breve. A secretária de Estado foi chamada recentemente pela Comissão Anti-Corrupção por alguns casos de corrupção.
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